quarta-feira, 29 de julho de 2009

As Penúltimas Coisas


Continuo refletindo sobre as mudanças drásticas e repentinas que tenho vivenciado nos últimos dias. Hoje, enquanto viajava de Patrocínio para Uberaba, vários pensamentos misturados a sentimentos me levaram a entender que tudo que tenho passado, coincide com David Lykken quando diz : "A vida utiliza a dor e o prazer como um bastão para nos guiar", isso explica o mix de sentimentos que tem tomado conta de mim, ...sentimento de prazer pela felicidade de ingressar na faculdade de Medicina, e pela possibilidade de uma grande realização profissional, mas instantaneamente uma forte sensação de culpa e de irresponsabiliade grita dentro de mim, me acusando e me dizendo que tudo isso é uma loucura........Nesse momento eu estava escutando uma música do Rogério Flausino que dizia... “to fazendo minha história e sei que posso contar, com essa Fé que me ainda me faz otimista até demais” ...e eu sempre disse que essa frase combina muito comigo, porque sempre vivi pela fé, o que, realmente me fez uma pessoa muito otimista, otimista o suficiente para não desejar chegar ao final da vida dizendo:

“Cometi o pior dos pecados
que um homem possa cometer:
Não fui feliz.
Que os glaciares do esquecimento
me arrastem e percam, desapiedados.
Meus pais me engendraram
para o jogo arriscado e formoso da vida,
Para a terra, a água, o ar, o fogo.
Eu os defraudei. Não fui feliz.
Cumprida não foi sua jovem vontade.
Minha mente se aplicou
às simétricas porfias da arte,
que entretece o nada.
Me legaram valor, não fui valente.
Não me abandona, sempre está ao meu lado
a sombra de haver sido um infeliz”.

Jorge Luiz Borges

"Tenho buscado realizações, porém, sem nunca me esquecer de que o segredo do sentido da vida está na experiência do cotidiano à luz da ETERNIDADE, pois a afirmação mais contundente do Eclesiastes é que Deus "pôs no coração do homem o anseio pela eternidade" ou, em outras palavras, a vida é aqui, com as coisas daqui, e ninguém pode reali­zar o sentido da vida excluindo este mundo e esta dimensão da existência, mas não é aqui seu ponto final e não são as coisas daqui as últimas. Na verdade, são as penúltimas".
Ed René Kivitiz

terça-feira, 28 de julho de 2009

Mudança

Me encontro hoje na cidade de Uberaba-MG, iniciando um nova fase da minha vida, fase essa, que passa a alterar toda uma estrutura de vida construída até aqui, deixo em Anápolis as pessoas mais importantes da minha vida..., deixo meu trabalho..., porém, deixo também, todo tipo de conformismo e de covardia, correndo sempre para frente, com uma única certeza e garantia...,

"Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá", Sl 139: 7-9

Essa é a certeza que me encoraja e me dá forças para continuar, mesmo diante de tantas adversidades visíveis e invisíveis. A certeza de que meu Criador está e sempre estará comigo.

Grande Incentivo

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofí­cio com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por di­nheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro–me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo–a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não, meu filho". Não estou fazendo com isso nenhu­ma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pen­sar e realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura é sem refinamento, não chega a viver como homens. Rou­roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguasu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodicéia. É preferível o erro à omissão. O fracasso,ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu bió­grafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que cada homem foi feito para lazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na ou­tra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do coti­diano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família tem um tio batalhador e bem devida. E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fra­cassado contar tudo o que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recome­çar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, tra­balhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2â maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mes­mo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho o leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.

Nizan Guanaes